2015-05-08 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco vai presidir, na manhã do VII domingo da Páscoa (17/05), na Praça São Pedro, a uma celebração Eucarística de Canonização de quatro novas Santas:Joana Emília de Villeneuve (1811-1854), Maria Cristina da Imaculada Conceição (1856-1906), Maria Afonsina Daniel Gattas (1843-1927), Maria de Jesus Crucificado Baouardy (1846-1878). Eis a biografia de três delas:
Giovanna Emilia de Villeneuve
“É por Deus que vos deixo, quero servir os pobres, porque devemos ir onde a voz dos pobres nos chama”. Assim Emília, em 1836, com 25 anos, despediu-se de seu pai, o Marquês Louis de Villeneuve, para fundar, junto com outras duas jovens, uma nova Congregação consagrada a Imaculada Conceição. Elas passaram a ser chamadas de “irmãs azuis” devido à cor do hábito que vestiam, um sinal da proteção do manto de Maria que a fundadora queria que fosse visível, em uma época em que todas as religiosas vestiam-se de preto.
O amor pelos outros e o impulso pelas atividades sociais ela aprendeu justamente do pai, que dentro de sua indústria que trabalhava com coro, criou uma sociedade de socorro recíproco, promovendo, entre outros, cursos de alfabetização para os jovens. Mas foi a morte prematura da mãe e da irmã que fez com que ela se aproximasse da Virgem, que logo torna-se sua companheira de viagem. A experiência da morte lhe ensinou que a vida não é a única coisa importante nesta terra, mas “se deve ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus, ouvir a sua Palavra, recolher-se em momentos de oração profunda para aprender a olhar o mundo com os olhos de Jesus”. Com as suas novas irmãs, passa a viver ao lado dos doentes, dos encarcerados e prostitutas, para mostrar-lhes que Deus os ama, até sua morte por cólera em 1853.
Maria de Jesus Crucificado
Mariam vinha de Nazaré e tinha o mesmo nome da Virgem. Após professar os votos no Carmelo de Pau, na França, assumiu o nome de Maria de Jesus Crucificado. “Uma pequena árabe obediente até ao milagre”, a definia sua Madre Superiora, que lhe foi próxima quando os místicos dons dos quais era rica começaram a se manifestar. Humilde e iletrada, Maria incialmente esconde os estigma que lhe sangravam no dia da Paixão de Cristo, acreditando ter contraído lepra. Também não contou sobre as experiências de êxtases e da bilocação, que atribuía à própria incapacidade de permanecer acordada enquanto rezava. Após, quando se viu a compor salmos, algo que o seu analfabetismo lhe impossibilitaria, entendeu: “A quem me assemelho, Senhor? Aos passarinhos implumados em seus ninhos. Se o pai e a mãe não lhes levam a comida, morrem de fome. Assim é a minha alma sem você: não tem sustento, não pode viver”.
Por meio dela, o Senhor quis que fosse construído um Carmelo em Belém, para onde se transfere, e após um em Nazaré. Além do contínuo diálogo com o Espírito Santo, Mariam começou a receber também as visitas do maligno que a perseguia e a obsessionava. Mas quanto mais a atormentava, mais ela se aproximava de Deus. Por fim, disse exausta: “Chama-me para ti!”. A resposta a este pedido veio em 1878, sendo então enterrada no convento carmelita de Belém, onde todas já a chamavam de “kedise”, a “santa”.
Maria Alfonsina Danil Ghattas
Palestina era também Sultaneh, de 15 anos, filha de Danil Ghattas, que com o hábito religioso sobre o Santo Calvário passou a fazer parte das Irmãs de São José da Aparição com o nome de Maria Alfonsina. Mas não era este o seu destino. A Virgem apareceu a ela pela primeira vez no dia da Epifania de 1874 e após novamente no mês a ela consagrado, maio, inspirando-a a fundar uma nova Congregação: as Irmãs do Santíssimo Rosário de Jerusalém, a primeira inteiramente feminina presente na Terra Santa. Era esta a missão da Beata: promover o papel da mulher na sua amada pátria terrena; uma tarefa dificílima também para quem, como ela, tinha uma confiança total na divina Providência.
Iniciou sua missão com novas irmãs, ocupando-se do ensino religioso para vencer o analfabetismo imperante, mas logo a Congregação se difunde, tanto que hoje é considerada como o braço direito do Patriarcado Latino nos países árabes, onde se ocupam de escolas, paróquias e outras instituições diocesanas. Silenciosa e humilde até desaparecer dentro da oração do Santo Rosário, entrega a alma ao Pai enquanto recitava os 15 mistérios, na noite de 25 de março de 1927. (MT)
(from Vatican Radio)
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