A maior polêmica sobre a doença é, sem dúvida, a ligação entre o modo como o bebê dorme e os casos de morte súbita durante o sono. Afinal, existe uma posição correta que possa evitar a morte dos pequenos? A verdade é que não há consenso sobre a questão entre pesquisadores e profissionais da área de saúde.
Em 2009, uma campanha lançada pela Pastoral da Criança, estruturada por uma pesquisa realizada na cidade de Pelotas e por campanhas e pesquisas internacionais, conduzidas nos Estados Unidos e Inglaterra, afirmou que colocar o bebê para dormir de barriga para cima diminui em 70% a morte súbita no bebê.
Segundo os estudos, a explicação para a proposta é que os bebê que dormem de lado ou de bruços respiram o mesmo ar que expiram, isto é, o bebê inala um ar rico em gás carbônico e pobre em oxigênio, facilitando a asfixia.
Os adultos também passam por isso, mas diferentemente dos bebês, os adultos mudam de posição quando ficam sem oxigênio suficiente. Por isso, a maior parte das mortes súbitas acontecem em bebês de 2 a 4 meses, podendo ocorrer desde o nascimento até por volta do primeiro ano.
A questão sobre o modo ideal de colocar a criança para dormir é controversa. Muitas mães têm medo de colocar o bebê dormindo de barriga para cima, pois podem engasgar com o próprio vômito. No entanto, Cesar Victora, doutor em Epidemiologia, pesquisador da Universidade Federal de Pelotas e coordenador do Comitê de Mortalidade Infantil da cidade de Pelotas, ressalta que é preferível o bebê estar sujeito a sofrer engasgamento do que correr risco de morte.
O médico lembra que ao engasgar, o bebê tem o reflexo da tosse, que logo chama a atenção dos pais. Já inalando um ar rico em gás carbônico, o bebê está sujeito a morrer "silenciosamente".
Como evitar riscos
Além de inalar o ar que expira, outros fatores podem ser causa da morte súbita, veja como agir para evitar possíveis problemas:
Evite agasalhar demais o seu bebê na hora de dormir, o superaquecimento dificulta ainda mais a respiração;
Deixe o bebê com os bracinhos para fora das cobertas para que não deslize e fique debaixo das cobertas;
Evite deixar no berço bichos de pelúcia, paninhos, almofadas, travesseiros ou outros brinquedos. Isso pode sufocar o bebê durante o sono;
Não exponha o bebê ao fumo ou fumaça do cigarro durante a gestação e depois do nascimento. Os bebês de mães que fumaram durante a gestação têm três vezes mais riscos de morte súbita do que os bebês de mães não fumantes.
Bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer também têm mais chances de apresentar a doença. Redobre a atenção nesses casos;
Levar o bebê para a cama que os pais ou de outras pessoas pode ser perigoso. O bebê pode ser sufocado ou prensado pelos adultos durante a fase mais pesada do sono;
Priorize a amamentação. O leite materno é digerido facilmente pelo organismo do bebê evitando, e muito, a regurgitação.
Divergências
A afirmação de que é melhor os bebês dormirem de barriga para cima ainda não é consensual entre os pediatras, mesmo que pesquisas indiquem que dormir nessa posição diminui os riscos de morte súbita.
Muitos afirmam que dormir na posição de lado ainda é melhor em alguns casos, como por exemplo, quando os bebês t~em refluxo gastroesofágico. Nesses casos, além de dormir lateralmente, o berço deve estar inclinado entre 15 e 30° na parte do tronco e posição lateral. Essa posição tende a esvaziar mais rápida e e eficazmente o estômago do bebê, evitando a regurgitação e sufocação.
A posição lateral deve ser bem posicionada para que o bebê não vire para a posição bruços, essa posição sim, tem maiores risco de sufocação e asfixia.
Outro argumento dos pediatras que não concordam com a posição de barriga para cima é que, sendo a morte súbita uma doença de causa desconhecida, é precipitado afirmar que apenas mudando a posição do bebê já é o suficiente para evitar a morte durante o sono.
Portanto, procure um pediatra da sua confiança e converse muito sobre a questão do posicionamento do bebê na hora de dormir e a morte súbita. Depois, seguindo as orientações médicas, coloque o bebê para dormir da forma que mais lhe dê segurança. (Fonte: Guia do Bebê)
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