Gravidez psicológica ou pseudociese é um fenômeno raro, aproximadamente de 1 ocorrência para cada 20 mil gestações. Nessa situação, a mulher acredita que está efetivamente grávida. O fenômeno sofre influências físicas, psíquicas e sociais às quais as mulheres estão sujeitas, sendo observada maior influência dos aspectos psicológicos. Pensa-se, assim, que o surgimento de sintomas físicos é desencadeado por uma ação psicossomática da paciente, ou seja, os sintomas da gravidez surgem como consequências decorrentes de um mecanismo no qual o corpo pode apresentar alterações físicas de uma gravidez normal, como reação psicológica a uma série de conflitos inconscientes. Tais conflitos podem estar ligados à restituição de uma perda material ou como reação aos conflitos sobre o papel social da mulher e ainda referentes à sua feminilidade. Em casos menos graves a pseudociese aparece como um distúrbio físico isolado, e nos mais graves, devido a antecedentes psiquiátricos, como um delírio decorrente do funcionamento da personalidade psicótica ou borderline, um grave transtorno de personalidade sintomas psiquiátricos como humor instável e reativo, problemas com a identidade e impulsividade sobretudo autodestrutiva (tendências suicidas). Na maior parte dos casos de pseudociese estão associados intensos desejos ou temores de engravidar.
Existem mulheres mais ou menos sujeitas à gravidez psicológica?
Quais os sintomas comportamentais? Existem alterações no corpo?
Como a família deve lidar com o assunto? Como ajudar?
Fatores familiares estão intimamente relacionados aos casos de pseudociese. Muitas mulheres acometidas pelo problema estão tendo problemas no relacionamento com o parceiro ou não estão vivendo um relacionamento estável. Encaminhar o casal para um atendimento psicoterápico ajuda bastante. A respeito da relação entre o desejo (ou medo) da gravidez com as dinâmicas familiares, isso pode ser intensificado quando, nas famílias de ambos os pais não há nenhum bebê ou crianças. Além dos relacionamentos e dinâmicas familiares que a mulher estabelece, outras questões sociais também aparecem como provocadores da pseudociese, como, por exemplo, o papel sócio-econômico da mulher perante a sua família e a sociedade. Dessa forma, é necessário o apoio e acompanhamento familiar, principalmente com relação à diminuição das pressões e exigências da família, seja em torno da gravidez, seja em torno da superação da condição originada pela gravidez psicológica.
Qual o tratamento?
É fundamental um acompanhamento médico para a paciente, a fim de avaliar a necessidade de encaminhamento para psiquiatras e psicólogos. Dependendo do quadro e da evolução dos casos, o tratamento é baseado na dosagem de hormônios e medicamentos sintomáticos. O tratamento da pseudociese costuma ser mais efetivo quando é realizada uma psicoterapia de apoio, com foco para a realidade ou uma psicanálise. Mas pode ser necessária uma medicação com antipsicóticos, em casos em que seja firmado um diagnóstico de psicose.
Como o fenômeno é complexo, é difícil descartar a possibilidade de uma recaída. Para algumas mulheres, dependendo de fatores como, por exemplo, a psicose, existe maior possibilidade disso ocorrer. Para outras, depois de tratamento medicamentoso associado à psicoterapia, as chances diminuem bastante, existindo um bom prognóstico, principalmente nos casos em que existam apoio e envolvimento familiar.
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