NOVA EVANGELIZAÇÃO, MENSAGEM
É norma que em cada Sínodo se faça uma mensagem para os fiéis e pessoas de boa vontade. Vamos pontualizar alguns elementos da mensagem do Sínodo sobre a nova evangelização e a transmissão de fé, realizado em Roma no mês de outubro de 2012. Ir ao encontro dos afastados, abrir-se à missão além fronteiras, insistir nos sacramentos da iniciação cristã, disse o Papa Bento XVI na homilia da celebração final do Sínodo, são três direções a seguir.
Nós somos como a samaritana no poço. Estamos sedentos, desejosos de Deus, com cântaro vazio e tendo bebido em poços poluídos. O encontro com Jesus Cristo tocou e transformou a mulher pecadora em discípula missionária. Sentemos com Jesus ao lado do poço e deixemos ele ler o fundo do nosso coração e dizer tudo o que fizemos. Com estas palavras a mensagem do Sínodo apontou o encontro com Cristo, a conversão, a mística, a santidade.
A fé começa no encontro com Cristo e a Igreja é o espaço deste encontro. Ela deve multiplicar os poços e oferecer oásis no deserto para o povo sedento. Cabe-lhe facilitar o encontro com Jesus de Nazaré, assim, como aconteceu com Pedro, André, Tiago, João, Nicodemos, Zaqueu, o centurião, Marta e Maria. Não somos nós os atores principais da nova evangelização, mas, o Espírito Santo que torna esplendorosa a Igreja de Cristo. A família é a primeira comunidade onde se aprende a fé e a evangelizar.
A meditação frequente das Escrituras oportuniza encontros decisivos, persuasivos com Jesus Cristo. Aprendamos a encontrá-lo no cotidiano, na família, no trabalho, na amizade, nas provações, Bispos, sacerdotes, religiosos, lideranças são os primeiros a fazer a experiência do encontro com Jesus, que arrebata, inflama, impacta e fascina. Só quem é evangelizado é que na verdade evangeliza. Não podemos hesitar em reconhecer nossos pecados pessoais e nossa vulnerabilidade, nossas feridas. Para isso é preciso humildade. Sem conversão prejudicamos a credibilidade da missão.
A mensagem sinodal diz que o mundo mesmo com tantos problemas tem desejo e saudade de Deus, alimenta expectativas de respostas às suas perguntas, apelos e anseios. Estes desafios não devem criar em nós nem pessimismo, nem medo porque no final o amor vencerá, graças à ressurreição de Jesus. Precisamos sim estar com os pobres, não escondê-los mas trazê-los para o centro e ocuparmo-nos com seus sofrimentos. A família tenha prioridade em nossos projetos pastorais. A paróquia seja renovada através de pequenos grupos, pequenas comunidades e de leigos bem preparados. Com presbíteros santos a nova evangelização acontecerá. Os jovens sejam apoiados através da escuta, diálogo e compreensão, por parte de toda Igreja.
O Sínodo, apela para um equilíbrio entre fé e razão, fé e vida, fé e política, fé e ecumenismo, fé e obras. Estamos vivendo uma desertificação espiritual, mas há sempre oásis no deserto. Não haja de nossa parte pessimismo, mas fé no amor de Deus e diálogo com as culturas e as religiões como também, uma retomada dos ensinamentos do Concílio Vaticano II do Catecismo da Igreja Católica e da Doutrina Social da Igreja.
Por fim, a mensagem refere-se a Maria, mãe de Deus, como estrela que ilumina o deserto e nos ajuda a encontrar o poço da Palavra, da Eucaristia, do serviço da caridade. Na noite do deserto as estrelas se tornam mais luminosas. A luz de Maria ilumina nosso caminho para a nova evangelização, porque ela é sacrário do Espírito Santo e assim podemos vencer o medo pela fé; o aviltamento pela esperança; a indiferença pela caridade. À luz da fé dos mártires, dos apóstolos, dos santos, dos missionários podemos recobrar o ânimo apostólico e evangelizar de modo renovado.
Dom Orlando Brandes
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