O BATISMO E A FÉ
Celebramos hoje a festa do batismo de Jesus. Estamos no Ano da Fé. Foi no batismo que entramos pela porta da fé e encontramos o caminho que nos levará à porta do céu. O batismo nos faz filhos adotivos do Pai. Eis nossa elevação, nossa dignificação, nossa maior condecoração. Não há título, nem função, nem honra maior do que esta, nossa filiação divina.
No batismo nos é transmitida a fé da Igreja. Eu creio com a da Igreja. Não sou eu que invento ou escolho o que pretendo crer. A fé é um dom que me é dado, transmitido, confiado. Não é invenção pessoal. O primeiro sujeito da fé é a Igreja. É parte integrante do batismo a educação da fé, a catequese, a evangelização, a transmissão dos conteúdos da fé. Nossa crise maior é sermos batizados, mas não evangelizados. Batizados mas sem fé ou com fé morna.
Em nossos dias, se faz necessário a volta à iniciação à vida cristã no estilo catecumenal. Isso significa tornar os batizados pessoas cheias de fé, entusiasmadas por Jesus Cristo. A iniciação à vida cristã quer superar a rotina, a mesmice, a acomodação e a pastoral da conservação por uma pastoral missionária. O Ano da Fé vem em auxilio da iniciação cristã e da nova evangelização. A fé é a condição para que aconteça a iniciação à vida cristã, para readquirirmos o gosto de nos alimentar da Palavra e do Pão da Vida. É hora de voltar ao poço a exemplo da samaritana, avançar para águas mais profundas.
Graças ao batismo entramos em comunhão com a Santíssima Trindade. Somos sacerdotes, profetas e reis graças ao batismo. A grande graça bastismal é o sacerdócio dos fiéis, o sacerdócio comum. Este sacerdócio faz dos leigos pessoas consagradas, ungidas, chamadas à missão. Assim produzem os frutos do Espírito nas boas obras, na oração, no trabalho, na vida conjugal, na família, nos sofrimentos, no descanso. Os leigos batizados são hóstias vivas agradáveis a Deus e consagram o mundo a Deus. Vivendo cristãmente no mundo, pelo testemunho da fé, esperança e caridade, os leigos são sal, luz, fermento e santificam o mundo.
Os ofícios, ministérios, funções dos leigos na Igreja, vêm do batismo. Todavia, não basta ser batizado, é preciso passar pela porta da fé e entrar na dinâmica do seguimento de Cristo, renovar as promessas batismais, mergulhar na vida de Jesus Cristo tanto na dimensão espiritual como na missionária. O batismo é sempre ligado à fé, porque é o sacramento da fé. Mas, a fé tem necessidade da comunidade dos crentes.
Cada um dos fiéis só pode crer dentro da fé da Igreja. A fé que se requer para o batismo é um começo que leva ao crescimento em Cristo. Para que o batizado cresça na fé, faz-se necessária a transmissão da fé pelos pais, padrinhos e catequistas. Assim, os batizados poderão professar a fé que receberam, diante do mundo.
O conjunto dos fiéis, não pode enganar-se no ato de fé, pois possui o senso sobrenatural da fé que receberam da unção do Espírito Santo e em comunhão com o Magistério da Igreja, vive um consenso universal sobre a fé. Por este senso da fé inspirado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus, sob a direção do Magistério, adere de modo indefectível à fé. Eis o que se chama de “infalibilidade da fé”, da qual participa todo povo de Deus, os fiéis batizados. O Povo de Deus é agraciado com o instinto sobrenatural da fé. É a infalibilidade do conjunto do povo de Deus, base da corresponsabilidade dos leigos na Igreja. Estas são algumas da consequências do batismo nos fiéis leigos, no povo de Deus.
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